segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

DIXEN THE BIRD


— Aquele mocinho da casa cinza é realmente muito estranho, você não acha? — perguntou a Srta Artrudes para uma jovem mulher que estava sentada ao seu lado no banco da praça estinker.
A mulher sem se preocupar em olhar minuciosamente para o garoto, respondeu:
— O menino não, ele parece bem saudável e bonito. O que eu acho estranha é a fantasia de pardal  que está vestindo.
— Ele aparece em frente à casa vestido assim a anos, quer saber o motivo?
— Não, pois não tenho interesse algum pelo rapaz, e sendo assim, o que ele fez ou faz  não me importa.Aliás, cada um faz o que quiser. — Disse a mulher, ficando um pouco vermelha e tremula.
— Ah! — Fez a velha em tom irônico — Agora não interessa, não é? Mas o engraçado é que sempre vejo você observando o jovem pardal todos os dias, com um olhar de desejo, da janela de seu escritório ali no prédio roxo.
— Mas era só o que me faltava, saio um pouco do escritório para tomar um ar aqui na praça e descubro que tenho alguém me espionando diariamente.
— Mas que irônico, não? — Fez a velha esboçando um pequeno sorriso.
— Você não pode fazer isso, sua velha maldita.
— Você está entrando em contradição, há pouco me disse que qualquer um faz o que quiser. — Desta vez não chegou a  rir, permaneceu séria como se quisesse dar um ar de seriedade a conversa.
— Mandarei por cortinas em todas as  janelas do escritório, quero ver você bisbilhotar me.
— Pena, assim você abrirá mão de bisbilhotar o seu pardalzinho.
— Vou embora, e aconselho você ir também, pois vou chamar a polícia.
Era notória a raiva e a falta de coerência com que foram pronunciadas essas últimas palavras da jovem moça que, ao dize las, levantou se do banco  e seguiu rumo ao escritório. Seu horário de almoço havia acabado.
Muitas horas se passaram, a Srta Artrudes permanecia no banco e o pardal em frente à casa. Era quase seis da tarde quando a menina ruiva da casa laranja,vizinha ao prédio roxo, cruzou a rua e se sentou ao lado de Artrudes.
Houve um longo silêncio até  que a senhorinha, de aparência bondosa e agradável, resolveu começar uma interessantíssima conversa com a moça:
— Aquele menino da casa cinza é realmente muito estranho, você não acha?
Antes que a menina pudesse olhar em direção à casa cinza, o menino pardal abriu a porta e entrou, provavelmente iria tomar um café ou até comer alpiste.

4 comentários:

  1. Gostei do texto também!
    bem diferente e interessante!

    ResponderExcluir
  2. rs muito interessante, mas fiquei curioso o porquê do garoto vestir a fantasia de pardal! sei que essa minha dúvida não é o cerne do texto, mas enfim :P

    muitas artrudes pelo mundo!

    ResponderExcluir