— Ah! — Fez a velha em tom irônico — Agora não interessa, não é? Mas o engraçado é que sempre vejo você observando o jovem pardal todos os dias, com um olhar de desejo, da janela de seu escritório ali no prédio roxo.
Histórias , pequeninas histórias, microhistórias
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
DIXEN THE BIRD
— Ah! — Fez a velha em tom irônico — Agora não interessa, não é? Mas o engraçado é que sempre vejo você observando o jovem pardal todos os dias, com um olhar de desejo, da janela de seu escritório ali no prédio roxo.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
The Lauras
Minha cabeça vai além da minha altura
E não é essa quarta feira amargura
Que vai tomar o meu espírito adverso
Nem fazer mais distante o universo.
Minha cara pode se partir em dois
Mas o meu não se mantém agora e depois.
E que bata em mim todo o vento do mundo
Que eu caia num inverno profundo.
Meu amor, a vida é bem maior que isso
Que seu olhar no corredor, sua falta de compromisso.
Me deixa em paz, vou me afogar em outro vermelho
Sonhar com o dia que não te conheci, pentelho.
Eu não tenho mais tempo, ele é que me tem
E não há ar que não me faça tão bem
Quanto lembrar a nostalgia
Da vida que eu nunca vivia.
Você pensa então que me conhece?
Que teu julgamento me aborrece?
A vida é bem maior que qualquer um de nós
Que seu pai, sua mãe ou seus avós
Quem eu quero tá bem longe desse lugar
De gente hipócrita e vulgar
Cuidando da própria natureza ou da sorte
Indo pro sul quando vocês apontam pro norte.
domingo, 23 de outubro de 2011
O verbo no infinitivo
O amor em carne a a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, e ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinitivo. . .
sábado, 3 de setembro de 2011
AMANHÃ
Grito gritado,
Grito estridente que tem aversão a razão,
Grito do grilo,
Grito do sapo,
Grito que insiste em perturbar a calmaria de uma vida pacata.
Talvez sem tal sentimento o mundo nada mais seria que uma imensidão de nada,
Talvez sem amor não houvesse dor
Ou talvez houvesse dor demais, quem sabe?
Se quem o desconhece ama inconscientemente,
Seria, o amor, uma das tantas condições de estar vivo?
Ontem eu escrevi uma carta de dez folhas
Mas a razão fez com que eu a queimasse ao invés de mandar para você.
divagação
-Ó velho anseio adormecido,
Tão indefeso, tão sem emoção,
Espero que não tente acordar
Se isto vier a acontecer,
O banco e a corda estão logo ali,
E então chegará a minha vez de adormecer.